setembro 2014

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Instituto de Engenharia divulga diretrizes para perícias em edificações

Marcelo ScandaroliEngenheiros do Instituto de Engenharia disponibilizaram para acesso gratuito um documento referencial para apuração e análise das causas e origens de falhas de manutenção, irregularidades de uso e patologias construtivas. Chamada de Diretrizes Técnicas de Perícias em Edificações, a ferramenta pode ser consultada por profissionais para avaliar a qualidade e o desempenho de construções de acordo com conceitos e classificações básicos para a boa prática de perícias técnicas.

Entre os objetivos das diretrizes apresentadas, está a indicação da documentação técnica-legal necessária à prática pericial, a classificação das tipologias periciais, a apresentação dos procedimentos técnicos da atividade, orientações para a elaboração de laudo técnico pericial e apresentação das responsabilidades dos peritos.

As diretrizes correspondem aos processos de construção, manutenção e uso de edificações e incluem ainda as etapas de planejamento a serem seguidas antes do início da elaboração de estudos e laudos periciais.

O documento também apresenta aos profissionais roteiro básico orientativo com aspectos a serem observados para a realização de vistorias técnicas, inspeções e exames periciais.

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Estudo sobre produtividade na construção civil: desafios e tendências no Brasil

A conhecida empresa de consultoria EY (que antes se chamava Ernst & Young) publicou um interessante trabalho intitulado “Estudo sobre produtividade na construção civil: desafios e tendências no Brasil”. A pesquisa foi realizada com foco no mercado imobiliário (real estate), mas seus resultados podem ser estendidos ao âmbito geral da construção civil.

Neste estudo, que se baseia em análise de dados e entrevistas com profissionais do setor, o que mais me chamou a atenção foi a compilação de dados referentes às 7 alavancas de produtividade, que são o motor de popa do volátil mundo da construção civil em que vivemos. A Fig. 1 abaixo reproduz um quadro do estudo da EY.

 

Reprodução

 

A seguir faço meus comentários sobre algumas das alavancas:

Planejamento da execução de empreendimentos

As empresas planejam suas obras com diferentes graus de afinco e sucesso. Um mal comum é começar empreendimentos com projetos básicos que ainda não têm o necessário grau de detalhe.

A estruturação de processos ajuda enormemente a gestão. Um aspecto geralmente falho nas obras é a desconexão entre produção e suprimento. Pedidos de compra são feitos em cima da hora e terminam não obedecendo ao rito mais adequado, causando compras de especificação inadequada e atrasos de entrega.

Adoção de métodos de gestão

A técnica de Lean Construction (Construção Enxuta) tem grande aplicabilidade em obras com repetitividade acentuada, como é o caso de edifícios altos, conjuntos habitacionais, etc. Através da análise detalhada dos fluxos de produção — deslocamento dos operários, produtividade, desperdício, tempo morto, etc —, a equipe gestora da obra pode otimizar processos, seja ajustando trajetos, adaptando ferramentas, reduzindo tempos de espera e, enfim, eliminando principalmente as fontes de desperdício oculto.

Melhorias de projeto

Aqui reside um grande gargalo nos projetos de engenharia, sobretudo nas obras públicas. Enquanto vemos os países mais desenvolvidos dedicando meses e mais meses ao detalhamento dos projetos executivos e ao planejamento da obra, aqui no Brasil continuamos insistindo em projetos básicos, muitas vezes indevidamente batizados de “projeto executivo”, economias burras em sondagem e topografia, incompatibilidade entre os diversos projetos de engenharia e arquitetura. Parece que não acreditamos no valor de um bom projeto, apostamos na capacidade de nossos engenheiros de campo fazerem milagres na obra. É a lei do NHS: na hora sai…

Qualificação da mão de obra

Eis outro problemão. A figura abaixo, extraída do mesmo relatório da EY, mostra a importância que os entrevistados atribuem à baixa qualificação da mão de obra como fonte de baixa produtividade.

 

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Conheça alguns dos prédios mais ‘inteligentes’ do Brasil

A tecnologia e a aplicação dos recursos tecnológicos não estão voltadas apenas para a produção de novos gadgets e computadores mais poderosos. Muitas das soluções mais modernas disponíveis no mercado já estão sendo empregadas na construção civil, para levantar edifícios inteligentes e sustentáveis.

Quando falamos em prédios inteligentes, falamos na convergência de tecnologias e também do gerencimento de insfraestrutura em edifícios. Isso significa aplicar soluções de gerenciamento de TI para manter, melhorar a eficiência e reduzir os gastos como, por exemplo, com energia elétrica.

O conceito dos prédios inteligentes e sustentáveis já está saindo dos países considerados ricos e chegando até o solo brasileiro. Com recursos avançados de tecnologia e manutenção, assim como os prédios estrangeiros, os nacionais visam tornar sua manutenção mais econômica e reduzir seu impacto ambiental.

“Depois que nós assinamos o contrato do terreno, nos foi passada a missão de construir o prédio que continuaria sendo o mais  moderno dez anos depois de construído. Para servir de exercício, a gente tinha que pensar no que seria um prédio moderno no futuro. E na época, nós elegemos quatro adjetivos que deveriam estar presentes em todos os projetos  para sua concepção”, afirmou Luiz Fernando Bueno, diretor de obras de terceiros da Gafisa, responsável pela construção do empreendimento Eldorado Business Tower, localizado em São Paulo.

Eldorado Business TowerVista aérea do Eldorado Business Tower

Entre os adjetivos determinados para a construção da obra estava sua capacidade de ser altamente conectado, com sistemas, câmeras, computadores etc; flexível, para aplicação de modificações em sua obra; moderno e, acima de tudo, ecologicamente correto.

O Eldorado Business Tower começou a ser construído em 2006 e se tornou uma das principais referências em prédios inteligentes no Brasil. Bueno ressalta que para conseguir concluir o projeto, a construtora buscou tudo que havia de mais moderno no mundo em termos de materiais e equipamentos, algo que ainda não tínhamos no nosso país.

“Um exemplo que gosto de dar é o do vidro da fachada. Hoje, já é normal para qualquer empreendimento, mas na época não era. O vidro verde que utilizamos deixa passar 70% da luz e apenas 28% do calor. Então, você pode economizar na iluminação, dar um conforto muito maior para o usuário e economizar no ar condicionado, que é o maior vilão na conta de energia elétrica de qualquer empreendimento”, explicou o diretor de obras da Gafisa.

Eldorado Business TowerVidro verde na fachada do Eldorado Business Tower

O vidro verde custa praticamente o dobro do valor de um vidro convencional, mas os benefícios de economia e conforto para os funcionários que trabalham no Eldorado Business Tower compensam seu custo. Com o vidro, a construtora economizou também não tendo que instalar mais de 600 aparelhos de ar condicionado nas janelas, por exemplo.

Como o assunto é o ar condicionado do empreendimento, a construtora utilizou um sistema fabricado no Japão, que economiza energia e permite o controle individual de temperatura, ou seja, ao invés de ter um controle central, cada sala pode determinar a melhor temperatura.

“O sistema de ar condicionado japonês era lançamento na época e a sua grande diferença em relação ao sistema de central de água gelada, é que ele é segmentado. Você não tem uma grande central única e seu rendimento é calculado a partir de dois equipamentos ligados, o que, consequentemente, no período de maior utilização do ano, eu tenho uma maior eficiência do que a central de água gelada”, ressaltou Luiz Fernando Bueno.

Eldorado Business TowerTorneiras inteligentes nos sanitários

Além disso, o empreendimento do Eldorado é equipado com modernos elevadores, que também reduzem o consumo de energia elétrica, pois foram desenvolvidos utilizando um sistema regenerador de energia. Com isso, a cada chegada e partida do elevador, ele gera energia a partir de um dinâmo, fazendo a compensação de um elevador para o outro, ou seja, quando um está acelerando e o outro freando, o que está freando gera energia para o que está acelerando. Esse mecanismo é capaz de economizar de 40% a 50% na energia usada com os elevadores.

E ainda no quesito sustentabilidade, o prédio possui sistemas de coleta e tratamento da água da chuva e da água eliminada pelo sistema de ar condicionado. Essa água de reuso é empregada no espelho d’água que fica localizado na entrada do prédio e nos vasos sanitários. Os banheiros, por sua vez, são equipados com descargas dual-push, que liberam apenas 1,5 litro para a lavagem do vaso quando da presença de detritos líquidos e liberam 6 litros para eliminação de detritos sólidos.

Eldorado Business TowerEspelho d’água utiliza água da chuva no Eldorado Business Tower

O Eldorado Business Tower ainda foi um dos primeiros prédios da América Latina a receber o certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)  na categoria Platinum. O certificado expedido pelo U.S. Green Building Council, dos Estados Unidos, avalia todos os recursos sustentáveis empregados no prédio.

Torre Santander

Seguindo a tendência mundial, o Grupo Santander abrigou sua sede na cidade de São Paulo em um prédio inteligente e sustentável, garantindo conforto e praticidade para os seus funcionários.

De acordo com informações divulgadas pela assessoria de imprensa da empresa, a Torre é equipada com diversos recursos tecnológicos que se destacam e ajudam na manutenção do prédio como o sistema de operação e monitoramento remoto de todas as instalações prediais, incluindo iluminação, sistema de ar condicionado e sistema hidráulico. Os sanitários do edifício possuem sistema a vácuo e, assim como o Eldorado, o prédio possui um sistema de reaproveitamento da água da chuva e do sistema de drenagem do ar condicionado.

Torre SantanderFachada Torre Santander

As salas do prédio ainda possuem um sistema de controle de emissão de gás carbônico (CO2), um dos principais vilões do aquecimento global e também do buraco na camada de ozônio. Outro recurso interessante do edifício é o sistema de compostagem de lixo orgânico, que transforma todo o lixo produzido pelos funcionários em adubo. Ao todo são transformados 500 kg de lixo em 120 kg de biomassa diariamente. Esse produto é retirado por uma empresa terceirizada e destinado para fazendas no interior paulista.

Torre SantanderRestaurante vip Torre Santander

A Torre possui algumas ferramentas que viabilizam o gerenciamento dos equipamentos e também da economia de energia elétrica, principalmente. Os funcionários marcam o início e o fim de sua jornada de trabalho com um ponto eletrônico interligado ao seu computador, que quando o empregado finaliza seu período de trabalho, o sistema automaticamente desliga o PCe também o ‘usuário’.

Além do uso de vidros verdes, que aumentam a penetração da luz solar em até 70% sem interferir no aquecimento do ambiente, as persianas das salas também são equipadas por um mecanismo que direciona a iluminação externa para o teto, aumentando a incidência de luz natural.

Os conceitos de sustentabilidade também foram empregados na criação de um programa de carona entre os funcionários, intitulado ‘Carona Amiga’. Hoje, o projeto conta com mais de 700 funcionários cadastrados e o prédio possui um bicicletário, munido de vestiários, toalhas, xampus e sabonetes para os empregados que optarem por esse meio de transporte.

A empresa ainda disponibiliza fretados e vans entre as sedes do Santander e as estações de metrô da região. Estima-se que com isso exista a redução de mais de mil veículos circulando pelas ruas da cidade todos os dias.

Como não podia deixar de ser, a Torre Santander também recebeu a certificação LEED e o ISO14001, norma esta que estabelece todos os recursos necessários para a gestão ambiental de um negócio, prédio ou empresa.

Tanto o Santander como a Gafisa já trabalham na criação de outros edifícios sustentáveis e inteligentes em nosso país. Ao que tudo indica, a tendência para o futuro é a criação de edifícios com muitos recursos tecnológicos, eficientes e capazes de gerar benefícios tanto para os seus usuários como também para a cidade onde estão localizados.

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Fachadas Biorreativas em edifícios colaboram para diminuição de gás carbônico na atmosfera

Atualmente, com a elevação da temperatura dos oceanos, alterações climáticas drásticas e a destruição da camada de ozônio por gases nocivos a mesma, proporcionaram a busca por mecanismos que conciliassem o desenvolvimento econômico e ajudassem a diminuir a quantidade de tais materiais na atmosfera, consequentemente, contribuindo para a manutenção do planeta.

Com esse intuito, foi desenvolvido pelas empresas Strategic Science Consult (SSC) da Alemanha, Colt Internacional e pela Consultora de Engenharia Arup um sistema de fachada que cultivam microalgas que geram energia renovável a partir da biomassa de algas e calor solar térmico. Tal tecnologia foi batizada de SolarLeaf.

Esse projeto consiste da seguinte forma, a biomassa e o calor gerado pela fachada são transportados por um sistema de circuito fechado para o centro de gestão de energia do edifício, em que a biomassa é colhida através de flutuação e o calor de um permutador de calor. Uma vez que o sistema está completamente integrado com os serviços do edifício, o excesso de calor a partir das fotobioreatores (PBRS) pode ser usado para ajudar a fonte de água quente ou aquecimento do edifício, ou armazenado para uso posterior.

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A vantagem da biomassa é que ela pode ser utilizada de forma flexível para geração de energia e calor, e pode ser armazenada com virtualmente nenhuma perda de energia. Além disso, o cultivo de microalgas em fotobioreatores de tela plana não requer uso da terra adicional e a não ser indevidamente afetada por condições climáticas.

Além disso, a necessidade de carbono para alimentar as algas pode ser tomada a partir de qualquer processo de combustão próximo. Este programa um ciclo de carbono curto e evita as emissões de carbono na atmosfera e contribuem para as alterações climáticas.

Como as microalgas absorvem a luz do dia, o sistema de biorreatores pode também ser utilizado como dispositivos de sombreamento dinâmico. A densidade de células no interior dos biorreatores dependente da luz disponível e o regime de colheita. Quando há mais luz natural disponível, mais as algas crescem, proporcionando mais sombreamento para o edifício. Além disso, tal mecanismo colabora com o isolamento térmico e acústico do empreendimento.

Como funciona o  SolarLeaf

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Os fotobiorreatores planas são altamente eficientes para o crescimento de algas e precisa de manutenção mínima. Biorreatores da SolarLeaf possuem quatro camadas de vidro. Os dois painéis interiores têm uma cavidade com capacidade de 24 litros, para fazer circular o meio de crescimento. Ambos os lados destes painéis isolantes, cavidades cheias de argônio ajudam a minimizar a perda de calor. O painel de vidro frontal consiste de vidro antirreflexo branco, enquanto o vidro na parte traseira pode integrar tratamentos de vidro decorativo.

O ar comprimido é introduzido na parte inferior de cada biorreator em intervalos. O gás sai de grandes bolhas de ar e gera um fluxo de água a montante e turbulência para estimular as algas a consumir CO2. Ao mesmo tempo, uma mistura de água, ar e purificadores de plástico pequenos lavam as superfícies internas dos painéis. SolarLeaf integra todos os tubos que servem para a entrada e saída do meio de cultura e do ar nos quadros de seus elementos.

Operações Futuras

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A temperatura máxima que pode ser extraído dos biorreatores é de cerca de 40 graus Celsius. O sistema pode ser operado durante todo o ano. A eficiência de conversão de luz de biomassa é atualmente de 10% e luz ao calor é de 38%. Para efeito de comparação, os sistemas fotovoltaicos têm uma eficiência de 12-15%, sistemas solares térmicos de 60-65%.

A fachada bio-sensível visa criar sinergias, ligando diferentes sistemas para serviços de construção, distribuição de energia e calor, diversos sistemas de água e processos de combustão.

A chave para uma implementação bem sucedida de fotobiorreatores em uma escala mais ampla será a cooperação entre as partes interessadas e designers. É uma tecnologia que beneficia de uma forte colaboração interdisciplinar, combinando habilidades em design ambiental, fachadas, materiais, simulações, serviços, engenharia estrutural e sistemas de controle. O que é mais necessário são uma compreensão e visão dos benefícios dos sistemas para o usuário, o edifício e o meio ambiente.

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Unifei realizará curso de aperfeiçoamento para a construção civil

No próximo dia 15 de setembro, começam as inscrições para o quarto módulo do curso de extensão “Aperfeiçoamento da Mão de Obra da Construção Civil”, promovido pela Unifei, campus Itabira.

O curso é gratuito e direcionado a pedreiros, encarregados de obras, engenheiros, arquitetos; bem como técnicos, estudantes e profissionais de edificações, de engenharia e outras áreas ligadas à construção civil. O único pré-requisito para a participação é ser alfabetizado.

O objetivo do projeto, idealizado e coordenado pelo professor-doutor Carlos Augusto de Oliveira, é contribuir para a qualificação da mão de obra local. Além de adquirir conhecimento e trocar experiências, os participantes terão a oportunidade de conhecer e utilizar laboratórios da universidade.

Serão oferecidas aulas teóricas e práticas, sobre técnicas e novas tecnologias empregadas na construção civil, além de dicas sobre segurança no trabalho. Entre os temas abordados estão: controle tecnológico de blocos de concreto, leitura de projetos arquitetônico e estrutural; impermeabilização de construções; logística reversa no canteiro de obras.

As aulas e palestras serão ministradas de 29/09/2014 a 15/11/2014, de segunda a quarta-feira, de 18h30 às 20h30 no campus da Unifei, no Distrito Industrial II. As aulas práticas ocorrerão aos sábados e serão agendadas com a turma. Será disponibilizado aos alunos transporte do i*tec até o campus.

Os interessados em participar da quarta edição do curso de “Aperfeiçoamento da Mão de Obra da Construção Civil” devem se dirigir ao i*tec (Rua São Paulo, 377 – Amazonas), de 15 a 19/09/14, de 14h às 20h. Para inscrição são necessárias cópias de documento de identidade e comprovante de endereço e a doação de 1kg de alimento não perecível (exceto sal e fubá). Serão oferecidas 80 vagas.

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Deloitte mostra pesquisa sobre gestão orçamentária no setor de construção civil

A Deloitte realizou, em parceria com o SindusCon e com apoio do Secovi, pesquisa inédita para o setor de Construção Civil, sobre Gestão Orçamentária, com 71 empresas do setor, entre março e abril deste ano. O objetivo foi identificar as práticas utilizadas no planejamento orçamentário e encontrar as principais dificuldades que enfrentam em relação ao tema.

Os gestores estão divididos quanto às perspectivas para o setor em 2015. De acordo com a pesquisa, 30% dos entrevistados acreditam que o setor de Construção Civil passa, em 2014, por um excelente ou bom momento. Para 2015, esse número sobe para 33%. Ao mesmo tempo, 11% acham que o segmento enfrenta um momento ruim ou péssimo, e esse índice aumenta em relação a 2015 (29%). Os que acham hoje que o segmento passa por um momento regular somam 59%, mas esse número cai para 38% quando questionados sobre como será 2015.

A pesquisa detectou que o desvio médio entre as receitas atuais e as previstas foi de 21,7%: “É um indicativo preocupante. O desvio é muito alto. A pesquisa aponta que o foco está no resultado final do processo de planejamento e orçamento, com pouca atenção a situações de risco”, afirma Marie Rodrigues, diretora da área de Consultoria da Deloitte.

A pesquisa também aponta possíveis causas para esse resultado: 38% dos entrevistados acreditam que realmente há divergências entre as previsões e as metas, enquanto 32% discordam. Inclusive, um número significativo de executivos e gestores (36%) acredita que há pouca integração em todo o processo de produção da gestão orçamentária, e 46% discordam disso. Para Marie, o alto índice de discordância entre os executivos, sobre possíveis causas para o desvio, é forte indicativo de que as empresas devem procurar alinhar e integrar todos os processos envolvidos no planejamento da gestão orçamentária.

Além disso, a pesquisa detectou que os gestores estão mais preocupados com relação ao histórico de eventos ocorridos do que com a previsão de novas ocorrências (41% dos entrevistados) e com uma prática sistemática de se lidar com os problemas apenas quando acontecem, quando poderiam prevê-los no orçamento. Do total de empresas pesquisadas, 51% direcionam os riscos à medida que ocorrem, enquanto 30% possuem uma lista de contingências para sanar possíveis divergências orçamentárias. “Essa dificuldade mostra que os gestores estão mais preocupados com o dia a dia da empresa, com pouco tempo para dedicar a questões estratégicas”, analisa Marie.

Ferramentas especializadas

Outro ponto que chamou a atenção dos pesquisadores foi a ausência, na maioria dos casos, do uso de ferramentas especializadas para a gestão orçamentária das empresas.

Apesar de 45% dos entrevistados discordarem da afirmação de que “há uso escasso da tecnologia no atual processo de orçamento”, 71% desses entrevistados utilizam apenas planilhas eletrônicas.

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